...E eu sei que o amor é uma coisa boa, mas
também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa...”
Acredito que foi a primeira vez que eu
realmente fiquei triste de verdade com a morte de um artista. Cheguei a ficar
chateado quando o David Bowie morreu, mas aqui temos um novo nível. Descobri
Belchior anos atrás, na adolescência, como a maioria deve ter conhecido,
através da música “Eu sou apenas um rapaz”, o tipo de canção cuja identificação
é quase inescapável, mas só vim notar mais o velho cantor quando escutei a
canção “Como nossos pais” de um álbum lançado em 1976. Um amigo da internet
havia recomendado esse som para uma coletânea que eu costumava fazer com o
pessoal, o 20 Sons Imersivos vol. 3.
Nós seres
humanos temos esse cruel costume de reconhecimento póstumo, o que verdade seja
dita, pouco contribui para o falecido. Por mais que falem em “legado”,
deveríamos valorizar os vivos enquanto ainda são vivos. Pesquisando um pouco, é
fácil ver que a carreira dele explodiu nos anos 70, mas já nos anos 90 era
“quase esquecido”, enquanto Robertos Carlos da vida ainda são ovacionados com
falsas e injustas realezas. Mas Belchior parecia entender isso, tanto que
proferia em "como nossos pais": “mas é você que ama o passado e que não vê, que o
novo sempre vem”, embora eu reforce que esse “novo” nunca vai me representar,
porque a verdadeira arte, é atemporal, por mais que lhe falte devido
reconhecido dadas as passagens de gerações e mídias, afinal... “Ainda somos os
mesmos e vivemos, como os nossos pais.” Se houver um deus justo, ele há de ter
pronto um Olimpo para o senhor, junto com Raul Seixas, Elis Regina,Cazuza
(apesar das traquinagens), Cássia Eller e mais alguns poucos. Nosso grande artista, aparentemente partiu ontem, dia 30/04/17, aos 70 anos.
Força e honra.
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Até o próximo.
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