Esse será um post com excesso de prints,
mas que se encaixaram com o ponto. O negócio que causou comoção, talvez com os “novatos”
foi a Panini ter “entrado firme contra os scans”,
e obviamente idem aos seus produtores, os chamados “sites de scans”. Como aparentes baixas de guerra, “caíram” o HQ Ultimate (tirando todo material da
Marvel e DC do site) e Os Impossíveis
(temporariamente aberto apenas a leitores convidados, além de um comunicado em
sua página no Facebook, anunciando aposentadoria).
Porém, se atentarmos no que são os scans,
essa não foi a primeira investida do tipo, acredito até que ela demorou demais,
há anos me preparo para ela, e vejo nela, apesar de ser colecionador contumaz
tanto de impressos, quanto scans, um
possível ponto de virada sobre publicações no Brasil.
Ameaças sutis? |
Também vou querer melhorar meu inglês... |
Fonte: Baile dos Enxutos. |
E
por que isso?
Porque
a Panini cada vez mais parece empenhada a dar ao leitor “o que ele acha que
quer”. Dentre essas mudanças editorias, acredito que a mais significativa tenha
sido a de publicar o DC Rebith quase idêntico
ao modelo americano, dando fim quase em definitivo ao modelo dos “mix”. Uma
ideia, que por mais que tenha animado a maioria, não me agradou, a diversidade
de histórias em uma revista, sempre me foi seu maior chamativo, essa foi a
forma que comecei a ler gibis! Em 2005, quando comecei a colecionar “Geração Marvel: Homem-Aranha” (uma
coleção que por si só já vale um mega post), e apesar do nome, logo após a
história do Aranha, havia do Quarteto Fantástico, e não era nenhum estorvo, era
uma forma de dinamizar e ampliar uma leitura. Da mesma forma, quando colecionei
posteriormente “Marvel Millenium: Homem-Aranha” ou mesmo “Marvel Max” ou “Vertigo”.
Por mais que exista um “carro chefe”, que por vezes esteja a frente dos demais
materiais da publicação, sempre podíamos ser surpreendidos por algo, que não descobriríamos,
se comprássemos, com a mente fechada, apenas um título. É o tipo de visão, que
acredito que forme leitores mais “fora da formula”.
Meu
primeiro contato com scans, acredito
ter sido 2009, quando realizei o sonho de ter meu primeiro computador. O que
antes era uma luta de ir em sebos, caçar números, e pagar muitas vezes preços
salgados (afinal havia a lógica do só eu tenho, ou pega o que cobro, ou não
lê), e o máximo que se tinha de contato com outros leitores, era em comunidades
do Orkut. E apesar de me manter comprando mensal (na época, a MMHA e Vertigo,
que na verdade eram compradas pra mim...), tamanha foi a minha felicidade
quando descobri que poderia ler várias histórias que eu tinha lido em
formatinho soltos, cujas continuações ou finais nunca imaginei encontrar. E
isso gerou uma espécie de “explosão de leitura”, já que agora eu tinha acesso a
bem mais conteúdo, e foi a partir dessa época que eu posso dizer que comecei de
fato a ler e entender quadrinhos, a não ser mais um refém das circunstâncias.
Apesar de muitos títulos, a exemplo de Sandman
e Watchmen eu simplesmente ter
esperado anos, para poder ler impresso, não sucumbindo a tentação de lê-los no
computador. E como bom colecionador, fui organizando tudo em pastas, chegando
até a arriscar criar planilhas. E quando vim parar de comprar gibis mensais,
foi só após 12 anos, mais precisamente esse ano, isso após uma longa autoterapia
para não entrar em bancas, pois quem coleciona sabe que uma simples olhada no “catálogo”
faz-se sair dos planos. E por que isso? Um por ter me dedicado mais xadrez, e
dois, por não encontrar mais mensais tão diversas e instigantes, restando só
comprar encadernados esporádicos, e adivinha só? Com o que tenho em scans!
Não
sou técnico em vendas, porém como todo torcedor acha que escala os times melhor
que os técnicos, todo leitor acha que pode escalar gibis nas bancas melhor do
que os editores. Por mais que deixe a desejar, a Panini ainda humilha as
empresas antecessoras a ela em termos de publicação. Na época da Abril tínhamos o “formatinho”, capas
originais que não vinham, cores adulteradas, tradução estilo “dublagem de filme
antigo” e o permanente problema de má distribuição. Quando chegou entre 2001 /
2002, a Panini foi experimentalista, mas conseguiu “estabilizar modelos” por bons
períodos. Basta pegar algum material da sua estante dessa época: capa cartão,
papel LWC (?), e uma saudosa sessão de cartas do leitores. Agora pegue uma
atual: quase 10 conto, menos de 100 páginas, uma capa que fica entre se
desmontar e deixar duzentas impressões digitais, e muitas vezes capas
publicadas numa “sessão de capas” com elas em miniatura. Tínhamos uma promessa,
no começo do século, de que as publicações entre os EUA e o Brasil ficariam
mais próximas, e não de hoje cobravam isso, era um dos temas mais discutidos
nas sessões de cartas. E a explicação era sempre de que “não conseguiriam
manter a qualidade”, ou “e se os gringos cancelarem lá ou mesmo atrasarem? E
nós com esse mico na mão?!”. E hoje pegamos um scan dois dias depois de seu
lançamento nas bancas americanas, traduzido de uma forma superior aos “profissionais”,
com uma qualidade ímpar, proporcionando uma experiência de leitura melhor.
Chego até a confessar algo aqui: Há muitos materiais que eu tenho impresso na
estante, pretendo reler, e simplesmente os leio em scans pelo tablet ou PC.
Penso “se o problema é esse de não pagar e ler, eu pago, mas leio pela melhor
opção, ponto”. E há outras coisas, que até querer ler impresso se torna
inviável, seja por preços abusivos somados ao “mando a sua cidade quando eu
quiser”.
Miracleman
é um grande exemplo, tinha os scans no HD há anos, mas nunca me empenhei em
ler, após comprar algumas edições avulso na banca (depois do DJ me alertar que
aquele era o material do Alan Moore, algo que eu tinha descrença pelo logo da
Marvel e “capas atuais”), eu conclui que seria estressante ter que “caçar” as
demais edições, terminando a leitura em scans.
E foi uma das melhores histórias que li na vida. O que nos leva a questão:
Sendo esse um puta material, de um escritor que até bazingueiros sabem o nome,
qual seria a dificuldade em lançar essa porra em uma edição definitiva cobrando
uns 120 reais?! Nem que fosse em duas partes, o que fosse necessário, e eu, fã
desgraçado irracional, compraria na hora, só para ficar admirando na minha
estante como um verme solitário quando chega-se do meu serviço; E haveriam
milhares como eu, esgotaria, e logo haveria pedidos roucos pra que
reimprimissem.
Alguns
anos atrás, eu praticamente nem lia mais digital, tinha como hobbie garimpar em
comunidades do Facebook e comprar diversos encadernados que nunca chegaram
aqui. Porém passado alguns estresses e conquistas, veio a grande questão: É correto
eu pagar médios 300 reais no mês, incluindo frete, por matérias que eu deveria
pagar ocasionalmente nas bancas / livrarias, igual nos outros estados do país,
afinal, eu estava pagando o mesmo valor que os demais. Faz sentido? Ah, vou
dormir, já chega por hoje. Finalizemos com um "preparo" há 3 anos atrás, antes da existência desse blog:
E agora:
--Off-- |
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