Obrigado a
todos.
É sério, sei que é bem fácil dizer obrigado quando se permanece em silêncio
apenas teclando palavras em pixels, mas obrigado. Tudo o que fazemos tem uma
durabilidade para acabar. É uma força natural, porém esse espaço aqui sempre me
surpreende. Daqui há alguns dias, precisamente no dia 14/09/16, isso aqui faz
dois anos de funcionamento, contando até agora com 568 postagens.
Desde
esse tempo, fiz algumas “fusões de empresa” aqui com outros blogueiros, bem
conhecidos que operam por aqui, e a coisa cresceu além das expectativas, ao
ponto que eu “o chefe” caí fora e a coisa continuou crescendo da mesma forma,
acabando com o mito desse espaço ser só de uma pessoa que toma conta de tudo. “E
por que você caiu fora?” Bem, originalmente esse seria um blog sobre
quadrinhos, mas com o tempo, ele virou uma página aberta para a criatividade de
qualquer um, mas ao menos no meu caso, eu simplesmente não lia mais quadrinhos,
não agüentava mais a banalidade que tudo virou, onde “todo mundo é fã”, “filmes
valem mais que quadrinhos”, “todo mundo agora entende e lê grafic novels”, “melhor
época do mundo pra ser nerd” e todas essas frases que genéricas que se propagam
cada vez mais.
Podem
me chamar de rancoroso, mas bem lembro como tudo era há 11 anos atrás quando
comecei a colecionar. Ler quadrinhos era coisa de “cabaço”, “retardado”, “que
não consegue encarar o mundo real e vive no mundinho dele”. Ai de repente, o
que era um “subgênero”, começou a ser algo “prestigioso”, uma “diversão para a
galera no fim de semana”. E as pessoas que antes eram as estranhas, viraram as
populares, que são consultadas como professores, para despejarem cronologias,
fases e afins.
Não,
não sou um elitista que quer escolher a dedo quem tem o direito de ler gibis.
Eu pessoalmente sempre tentei ao máximo fazer as pessoas ao meu redor lerem.
Sempre emprestando, ou mesmo presenteando, e indo ao máximo de começar a contar
oralmente as histórias até fisgar a curiosidade da pessoa, e eu lhe passar o
material. Sempre achei a coisa mais válida as pessoas lerem e opinarem com
outras sobre o que leram, até mesmo por isso criei esse espaço, a questão, mais
uma vez, é que tudo se banalizou. Quase ninguém realmente está lendo, sem falar
de tudo ser desenvolvido da maneira mais “compactada” possível, porque “quem
chega agora não consegue entender a história até então, então temos que
simplificar, rebootar, deixar parecido com o cinema e por ai vai. O que era um
material mais seleto, para um público, digamos que menos otário e mais
exigente, virou um blockbuster seqüencial. E é fácil culpar editoras, mas elas são
dão o que a maioria parece querer. Não adianta, eu dar uma de durão por exemplo
ao dizer “chega dessas porras de megasagas, só conte uma boa história em seus
títulos separados”, se eu sou o primeiro a ir ler a megasaga quando sai, só pra
depois ficar xingando. Não adianta eu dizer que prezo por quadrinhos de
qualidade, se me preocupa mais zombar de uma editora por ela não ter ocupado os
mais vendidos do mês do que ao menos pensar no conteúdo que mais está vendendo.
Por
essas e outras mais, fui jogar xadrez. Por enquanto ainda é desafiante,
extremamente estimulante, e a “classe” me parece mais inteligente, ou ao menos
consciente de seus –literais—lances. Meses depois da minha mente ter realmente
melhorado após eu voltar a usá-la como deveria mais vezes, eu volto aqui, e
retorno a ler alguns quadrinhos, mas parei de ser colecionador. Já era essa
fase, ao menos em quadrinhos físicos. É provável que eu volte um dia, mas por
enquanto, é isso. Mas isso não vai me impedir de voltar a escrever aqui, embora
que a minha qualidade de produção textual nitidamente caiu após um trimestre
sem prática, mas quem se importa? Dois anos disso aqui já me alegra.
P.S: Também dei uma leve reformulada no visual do blog, mas isso eu já fiz tantas vezes que não surpreende mais.
E ai? Gostou? Odiou? Deixe nos comentários e compartilhe o post.
Até o próximo.
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