E aqui está a segunda, e final parte da
entrevista. Vale dizer, que considero esse post uma espécie de recomeço. Esse é
o tipo de post que ao ser terminado, eu vi que posso voltar a recuperar minha
velocidade de postagens de antes. Agora segurem ai, e aproveitem a aula do
Roger, espero que ele te dê tanto pra ler e pensar sobre quadrinhos, quanto eu
pude receber honradamente nessa conversa.
è Nós tínhamos parados na
segunda questão... O que faz a Marvel sempre superar a DC nas vendas? E como
enxerga a situação atual das animações da DC?
Sobre as vendas né? Estou acompanhando essas novas animações da DC. Estão
tentando criar um universo próprio para a Liga e para o Batman. Sobre as
vendas, sobre ser sempre sinônimo de "empresa perdedora", que coloca
o "Batman para carregar tudo nas costas"... Ser sempre a "número
2" Primeiro de tudo, embora a DC sempre fique em segundo lugar, embora
pareça haver um sentimento de negação sobre os acertos da DC, isso para mim não
é sinônimo de vender menos. Por exemplo, logo que a Marvel adquiriu e começou a
publicar a linha Star Wars, o Top Vendas ficou quase que exclusivamente para a
Marvel. Os poucos títulos DC que sobreviveram no topo eram Batman, Liga do
Johns e Arlerquina, com o lançamento das All-New All-Differente da Marvel, até
esses títulos quase sumiram do Top 10. Mesmo assim, a QUANTIDADE de títulos
VENDIDOS da DC quase não mudou. A verdade é que a quantidade da Marvel é que aumentou
demais.
Outro ponto:
O público americano parece ser apaixonado por edições #1. Tanto é verdade
que até títulos secundários entravam no Top 10 E depois, com o passar dos meses
acabavam caindo no top. Acredito que o foco do #01 é sempre ser comprada em
mais quantidade pelas livrarias, além de poder ser guardada para valer x vezes
o valor com o passar dos anos. Além disso, competir com Star Wars é quase
covardia.
Eu mesmo não leio e não
gosto, mas sou realista e sei que existem muitos fãs, por isso, acho que o
pessoal no geral foca apenas no fato da DC ficar com a minoria nos Tops, mas
não pesquisa e chega à conclusão de que em termos de vendas, a DC ainda está
estável. Star Wars é uma religião, também não me encanto com nada daquilo, mas
é inegável a máquina de fazer dinheiro que é aquela marca, no meio midiático,
quando se dizia "nerd" não se associava a alguém lendo o Hulk, mas
vestido com algo característico de Star Wars.
Vamos ver agora com a DC publicando a turma da Hanna Barbera se
ajuda a colocar mais títulos nos tops.
Realmente a instabilidade é
sempre ignorada, vão muito no "instantâneo", quebram o pau nas "bizarrices"
que o Scott Snyder fez no Batman, mesmo assim, o título fica entre os 10+ há
quase 50 edições.
Outra coisa que eu lembrei. É inegável que os filmes da Marvel
ajudam na divulgação.
Embora
eu ache que esse ano, a maior bilheteria de 2016 vai ser o novo filme do
Super-Homem, haw haw haw. Tenho um palpite que o segundo filme do Star Wars
possa ter uma queda de 20% de bilheteria.
Pelo bem do universo cinematográfico da DC. Espero que BvS arrecade
bem mais de 1 bilhão.
Tenho
a espectativa que ficará entre 1.4 e 1.6 BI.
Bom, resumindo para te ajudar a fazer a edição da entrevista:
Haw
haw Haw...
Para mim, o Top Vendas com a Marvel sempre em primeiro lugar é
devido aos seguintes fatores:
1- Excesso de edições
#1
2- Star Wars (se
tirar esses títulos, mal sobram as sagas como Secret Wars, Homem-Aranha e
Vingadores)
3- A influência dos
filmes
4- E no final das
contas, a DC não está vendendo tão mal assim, em termos de quantidade. E tenho
dito!!!..kkk. Então é mais omissão de fatos, que uma real situação.
Acho
que não se trata de omissão de fatos. É só uma piadinha que foi se repetindo
tanto, a ponto de virar verdade, essa sempre dita "incompetência" da
DC Comics?
Mas apenas uma falta de boa vontade de fazer uma pesquisa mais
aprofundada sobre essa situação das vendas, ou talvez isso que você falou agora,
uma certa "comodidade".
Eu
digo "piadinha" porque eu era um desses, dos meus 11 aos 16, eu li
apenas Marvel, zombava da DC sem nunca ter parado para ler algo.
Então eu acho que é por esse caminho.
Quando
vinham dizer que os melhores quadrinhos foram publicados pela DC, eu levava
como absurdo...
É possível que existam muitos assim como você era em seu
"passado sombrio"...kkk
Criticar
sem saber exatamente sobre o que está falando.
Haw
haw, o pior é eles ficando adultos assim.
É
lamentável mesmo.
Sim, isso é um problema. Afinal, a internet é o principal veículo de
comunicação e informação atualmente, e acaba influenciando muitas opiniões, por
isso, acho que é preciso, pelo menos um mínimo de conhecimento e pesquisa sobre
algum assunto.
Quando
queremos expressar nossas opiniões sobre algo
Não
é necessário a perfeição, porque isso não existe
Mas
pelo menos, uma boa motivação antes de publicar algo
A
motivação correta consequentemente levará a pessoa a fazer suas pesquisas de
maneira mais sincera:
Pergunta
valendo 10 Mil...
...Essa é uma daquelas ao
estilo "ovo e galinha", provavelmente o senhor falará sobre um
equilíbrio, e complemento, mas nesse momento:
3. Quem está
inspirando quem finalmente? Os quadrinhos aos filmes, ou os filmes aos
quadrinhos?
Atualmente os filmes tem influenciado mais os filmes. Ops. Os filmes
têm influenciado mais os quadrinhos, a Marvel, por exemplo, só está usando os
títulos de seus quadrinhos em seus filmes mais para chamar atenção.
Existe um ótimo lado nisso,
que fechei muito minha mente nos últimos anos, que são as múltiplas
interpretações de um ícone, o exemplo máximo da atualidade para mim são o
Coringa do Ledger e Leto.
Basta ver o exemplo de “Guerra Civil” e “Ragnarok”. Veja bem, eu
gosto muito dos filmes da Marvel, mas sou obrigado a reconhecer isso: "Era de Ultron" na época eu
fiquei um tanto incomodado por esse subtítulo... Principalmente por ter lido
Age of Ultron a poucos anos atrás... Eu gostava bem mais quando a Sony lançava
os filmes do Homem-Aranha do Sam Raimi. Simplesmente como Homem-Aranha 1, 2,
3...
Ótima
época a propósito, aquilo marcou minha infância para adolescência como os
filmes do Super-Homem com o Reeves deve ter representado para a sua geração.
Com certeza! Os filmes são até semelhantes em vários pontos, eu
considero o primeiro Homem-Aranha de 2002, o passo primordial da Marvel no
cinema. Não o Blade de 98, ou XM em 2000. Super-Homem de Reeves, Conan do
Schwar.. e Batman do Tim Burton. No meu caso, fico com o X-Men de 2000. Para
mim foi como um sonho sendo realizado ver os mutantes, mesmo descaracterizados
e tal, nas telonas, hoje eu vejo muitas coisas ruins e falhas nesses filmes, mas
guardo com carinho no coração.
Homem-Aranha
1 e 2 ainda me fazem me emocionar em vários momentos. Isso é sinal de
sensibilidade por parte do Raimi. Um fã declarado do aracnídeo. Uma pessoa que
ama o personagem. conhece e sabe o que estava fazendo. Sem fugir muito do
assunto da terceira pergunta, eu vejo o Hugh Jackman como um canastrão que se
esforçou muito com o passar dos anos para ser um bom ator, o Wolverine dele só
veio me convencer já no último filme dele, onde --tentaram-- adaptar o arco do
Claremont e Miller, e no último filme do X-men.
Acabei de ler que haverá uma nova Vespa na HQ no All-Nee Avengers. Adivinha
quem será??? Hope Van Dyne!! É o filme do Homem-Formiga influenciando os
quadrinhos descaradamente. Também acho o Hugh um ator que foi melhorando com o
tempo, fazia anos que eu não a via nos Vingadores, não sabia nem se a
personagem tava viva.
A
Vespa Janet Van Dyna (a original, esposa do Hank) voltou dos mortos há alguns
anos atrás.
O
Hugh era um cara de 30, com físico mais ou menos, pálido, com cara de 25,
levantando as sobrancelhas o tempo todo para parecer durão, a maneira que ele
se transformou no personagem, fez com que saí-se da atuação para ser tão
natural a ponto dele ser mesmo o Wolverine.
Rapaz, a Marvel sabe mesmo "ganhar dinheiro". Acabei de
ver outra notícia.
Eu
gosto dele bastante no filme "O Grande Truque".
A Marvel irá lançar uma nova série (ou minissérie) chamada Demolidor/Justiceiro...kkkk
É o famoso "as pessoas começam a se importar, venda isso".
Em
termos de marketing dou os parabéns para a Marvel.
O Grande Truque é um filme que preciso assistir, valeu por lembrar.
Os
caras são muito bons em massificar as coisas, embora um efeito que eu temo da
massificação é a diluição de qualidade, em pró de números. O Grande Truque é
uma aula de como o cinema te ilude, tal como o ilusionismo. O único filme que
detestei do Nolan foi aquele "A Origem".
Mas
vamos a quarta questão...
Também não gostei muito do Origem.
Desculpa
a demora. Fui buscar um pão. Vamos lá:
4. O que dizer
de Secret Wars?
Foi
algo pomposo demais, ou um desfecho de uma das melhores obras da Marvel nos
últimos anos?
Começo extraordinário, meio um pouco confuso (acho que preciso
reler) e final um pouco decepcionante, além de demorar demais. Acho que a
demora atrapalhou a leitura. No meu caso, preciso reler tudo para relembrar
certos acontecimentos. De qualquer forma, achei uma grande homenagem que o
Hickman prestou ao Quarteto. Um trabalho que ele começou desde a sua passagem
pelo título, além disso, o Hickman mostrou que conhece bem o universo Marvel.
Mas
como leitor, o Sr aplaude a interligação que ele fez desde "Fundação
Futuro", "Supremos V", "Vingadores", "Novos
Vingadores vol. 3" findando em "Secret Wars" como a
"elite" da Marvel?
Sem dúvida.
Digo
isso, porque a Marvel perdeu grande poder dos seus trunfos que eram o universo
Ultimate e o selo Max. O que o Hickman fez na década de 2010. O Bendis fez em
meados dos anos 2000 na Marvel. Não em termos de qualidade propriamente dito, mas
em termos de ousadia?
Mas
em deixar a Marvel no patamar de venda e iniciativa? Fico pensando agora, o que
o Hickman fará em seguida, já que ele não está escrevendo nada dessa nova fase
da Marvel. --Ou se cortaram o cara--, quem sabe o Tom Taylor não seja o próximo
grande astro? Ou Hickman ir para a DC, pegar algo como o universo
dos Lanternas...
Bom, o Tom Taylor fez um excelente trabalho em Injustiça, mas a DC
quis continuar a faturar em cima desse título e acabou prolongando demais na
minha opinião. O Superior Homem de Ferro é bem ousado, mas ainda não terminei
de ler tudo. Vou aproveitar o lançamento pela Panini. São trabalhos que não
mostram o quanto ele conhece desses dois universos. Sei que isso nem sempre
pode ser um fator crucial, mas para mim, acho que um escritor precisa conhecer
bem o universo daquilo que está escrevendo. O Hickman nos Lanternas seria bem
ousado. Não sei direito como seria algo assim.
É
um grande diferencial mesmo, a maioria vem e ignora, querendo fazer do 0,
pensando ser um novo Alan Moore
A DC está querendo desvincular amarras entre seus títulos.
Eu
no lugar do Hickman, após tudo isso, tiraria féria de um ano.
Não sei se os
trabalhos intrincados do Hickman combinariam com a atual proposta da DC... No
caso das Lanternas seria interessante, já que os universos dos lanternas sempre
estão interligados... Mas é sempre algo tão "a x anos luz" que vira
mais um universo bem a parte. Isso pode ser bom pra liberdade criativa de quem
escreve.
Não
ter que ficar alterando o roteiro para corresponder a atual megasaga?
Isso é verdade. Alterar
roteiro por causa das sagas, chegou a atrapalhar bons títulos dos Novos 52 como
Asa Noturna e Batgirl,
Que tinham vida
própria, mas sempre tinham que "participar" de “Corte das Corujas”, “Morte
da Família”, etc. A Mulher-Maravilha que foi um excelente trabalho do Azzarello
foi um exemplo perfeito. De título independente que se saiu muito bem, sem a
influência de sagas.
5. Mas já que
estamos falando em ousadia, algum chute do que vai ser a "bola da
vez" pelos próximos anos? Digo isso porque zebras como a Arlequina e o
Deadpool, criações de pouco mais de 20 anos, estarem entre os mais conhecidos e
cultuados hoje em dia, até mesmo os Vingadores conseguiram ser erguer entre
Quarteto, X-Men e Aranha, coisa que nunca tinha visto...
Nem Anual teve a revista da Mulher-Maravilha da época do Azzarello
para se ter uma ideia de liberdade criativa que ele teve...
Bola da vez... Vamos ver...
Eu arriscaria no Star Lord.
Homem de Ferro do Bendis.
Enquanto o Coringa, tendo um título próprio.
Pela
DC preciso esperar para saber do que se trata o tal Rebirth
É
uma bom palpite, embora o Bendis pareça ter perdido a força, mas já que ele vai
se concentrar mais nesse...
Tenho lido o Homem de Ferro dele.
Acho que mais alarme falso. É o Bendis de sempre. Muitos diálogos,
bons momentos de piadas, o que combina com a atual versão do Tony Stark vindo
do cinema.
Capaz
até do Batman de Cavaleiro das Trevas, bem como personagens de Watchmen
integrarem o universo tradicional, hoje em dia, não duvido mais de nada.
Ah sim. Por falar em integrar o universo da DC. Parece que estão
trazendo de volta os personagens da Wildstorm para esse Rebirth.
Não que seja algo extraordinário, mas de repente pode surgir alguma
boa surpresa, por falar em surpresa, li a primeira edição da revista do Visão,
faz parte do All-New All-Different. Me pegou de surpresa, que baita história! Me
surpreendeu mesmo! Não sei se chegará a uma bola da vez, mas teve um começo
incrível.
Quem
tá escrevendo ele?
O Tom King que está fazendo um excelente trabalho no Omega Men,
e está escrevendo o Grayson.
O
Dick -- Tom Cruise -- Grayson?
Esse mesmo. Espionagem de alta qualidade. Tem suas reviravoltas. O
necessário para um título de espionagem.
Eu
cheguei a "folhear" certa vez uma edição que ele encontra o
"Meia-Noite". Parecia ser interessante mesmo.
O problema é quando ele "precisa" participar das sagas do
universo do Batman. Sempre estraga. Acho que se deixassem o Tom King com a
mesma liberdade que o Azzarello teve, sem se preocupar com a cronologia, seria
muito melhor.
Estamos
chegando agora a nossa pergunta 6 de 7
Ok.
Ficou
ainda melhor do que eu imaginava, flui mais do que muitas entrevistas mais
mecânicas que eu vejo... Encadernados, não poderíamos deixar de falar deles...
Certo.
6. Estamos
vivendo o auge deles? Uma superexposição não fará a coisa chegar a um ponto
insustentável? Digo isso, citando como exemplo a coleção vermelha da Salvat, um
exemplo de "colocar o carro na frente dos bois" bem explicito para
mim.
Sinceramente acho incrível o boom de encadernados nesse atua cenário
de crise no Brasil. Para quem tem condições de adquirir os encadernados é um
ponto muito positivo. Nos EUA é uma prática comum os arcos das mensais serem
lançados em encadernados.
Parecia bom demais pra ser verdade na época... |
Apesar
da concorrência acirrada, os preço estão subindo cada vez mais.
Seja em capa cartão, capa dura, Omnibus, collection e por aí vai. Podem dizer que EUA não é
Brasil. E com certeza eu concordo. O poder aquisitivo não é o mesmo. Só acho errado quando a mesma
pessoa que reclama dessa comparação;
Em
menos de 4 anos, uma coleção que começou como 29.90 como a da Salvat, já tá
beirando os 40,00, nesse ritmo, em dezembro já vai estar entre 42-45. É a mesma
pessoa que pede pelo fim dos mix
E
pede títulos individuais
Igual
lá nos EUA!!!!
Com relação ao aumento dos preços é realmente um problema.
Ainda assim o preço tá excelente com o que tínhamos que pagar antes,
bem como a tiragem está maior, evitando mais as "peças míticas" das
coleções. Eu concordo com a variedade de opções que temos agora. Sei que para
as pessoas que não tem condições de comprar tudo o que desejaria vai soar um
pouco duro, mas eu particularmente gosto dessa grande variedade de encadernados
atualmente. E olha que eu deixo de comprar alguns por eu mesmo não ter condições
financeiras. Mesmo assim prefiro ficar sem comprar por falta de dinheiro do que
por falta de opção no mercado.
Fico
imaginando essas pessoas que descem a letra em cima do "mix", tendo
que chegar na banca e dar uns 5 reais ou mais em 28 páginas, quando consegue
comprar 70 e poucas páginas, com 3 títulos a 7.90, o que ainda é vantajoso,
quando a Panini chegou, era 6.00, com 4 títulos. Isso lá para 2002.
Isso mesmo. Ainda sou a favor do mix no Brasil.
Esse
formato é mais realista para a situação no Brasil. Sempre foi, eu diria que nos
últimos dez anos, os leitores tiveram mais qualidade na maneira de adquirir
seus gibis, do que nos últimos 30 juntos.
Bom respondendo diretamente sua pergunta: Acho que estamos vivendo
no auge sim. Sem dúvidas.
Hoje a revista do Homem-Aranha sai em formato mais caro e mais
barato dependendo da qualidade do papel. Posso acrescentar mais um comentário
para sua segunda pergunta? A das vendas? Acho que a Marvel também sai ganhando
em um ponto: Ela entendeu o leitor atual, Aquele que prefere apenas ler
histórias em formas de arcos, sem se preocupar com o que aconteceu antes ou
acontecerá depois. Por isso as revistas sempre zeram.
As
leituras "fechadas", o Sr. diz?
Isso mesmo. Isso já adianta a próxima pergunta, sobre os constantes
"reboots'...
Infelizmente
isso trai algo de ruim a meu ver. Os personagens ficam largados em segundo
plano. Muita gente fica se perguntando porque vive na "era do reboot do
reboot que será rebootado"...
OK, vamos lá...
7. Sem falar
do leitor assíduo, esse é que fica lá em centésimo plano
Embora, eu
prefira trazer uma questão ainda mais interessante, a do pessoal que leu 10
anos de HQ ou mais, e já acha que leu tudo que valia a pena. O Sr acredita
nessa "estagnação criativa"?
Acho que não deveria ser assim. Veja só. A DC viveu um boom criativo
nos anos 90, e por que? Tome o exemplo do Lanterna Verde Kyle Rayner e o
Arqueiro Verde Connor Hawke. Algo como passar o manto. Isso abre portas para
que sempre hajam boas histórias com os mesmo heróis, mesmo que sejam com outras
identidades. O Universo Ultimate é o maior exemplo disso, Quem morreu, morreu
mesmo e bola pra frente. Sempre houve espaço para boas histórias, Isso até a
chegada dos filmes...kkk
Ops.
Nesse ponto, eu acho que os filmes destruíram o universo
Ultimate...rs
É ai que tudo desacredita: A Marvel cria rebbots disfarçados como a
Marvel NOW, All-New, All qualquer coisa. Tem medo de dizer que é reboot. Mas zera as revistas, troca de
equipe. Para ser sincero, sempre fechei minha mente um tanto para essas
substituições, em parte pelo personagem inicial ser tido como
"insubstituível" para mim, e em outra por serem sempre "esquenta
banco".
Cria um arco de seis meses há um ano ou um pouco mais e recomeça de
novo.
Parece que sou contra a Marvel e a favor da DC. Mas não é isso não,
eu gosto das duas...kkk Só estou expondo fatos que tenho visto com meu olhar
"pouco" crítico...rs. Como leitor antigo, acabei me acostumando com
essa questão que você levanto. No começo eu também tinha sérias ressalvas com
essas mudanças.
Mas acabei mudando de opinião depois do que aconteceu com Dick
Grayson. A forma como ele terminou sua parceria com o Batman
Realmente, porque a gente para e se pergunta: Onde estão esses caras
agora? Me deixou indignado e nunca conseguia aceitar o Jason. Porém, o Marv
Wolfman conseguiu fazer um trabalho primoroso com o Dick nos Novos Titãs.
Ou
mesmo, onde foram parar os maiores e mais devastadores vilões dos anos 90, como
Bane, Apocalipse e Venom?
O personagem foi crescendo na série até se tornar o Asa Noturna.
Uma verdadeira aula de como fazer histórias longas, coesas e de qualidade,
priorizando os personagens. O Claremont fez a mesma coisa nos X-Men.
Mas houveram marcos de 2000 para cá como nos anos 80 e 90? Em
mesma proporção, eu digo.
Boa pergunta inclusive. Com certeza que sim. Pela Marvel: Vingadores
- A Queda que mudou o status do universo Marvel priorizando os Vingadores Guerra
Civil que trouxe consequências sentidas por um longo tempo. Homem-Aranha do
JMS, uma verdadeira aula de como fazer histórias do Aranha mesmo depois de
tantas décadas de boas histórias. Demolidor do Bendis que mostrou que é
possível trazer os heróis ao nível urbano.
Pela DC: Crise de Identidade, uma verdadeira aula de Liga da Justiça
e um roteiro que te prende até a última cena. Crise Infinita e várias histórias
que levaram até ela. Uma aula sobre o universo DC. E acho que colocaria também
a série semanal 52.
Novos
52 e Flashpoint entram na lista?
Outra aula, bem como "Noite mais Densa"? Dessa vez, de
como fazer uma boa história com personagens secundários.
Vou
nem citar Forever Evil, que aquilo eu não considero algo muito sério.
Noite Mais Densa eu gosto, mas não colocaria nessa lista
Mas a passagem do Geoff Johns nos lanternas como um todo sim.
52 saiu concorrendo com Guerra Civil, não? Bem corajoso.
Flashpoint também não colocaria Os Novos 52 foi um
projeto ousado, corajoso. Mesmo com seus vários erros editoriais Foi um projeto
que me deixou muito satisfeito.
E
ainda deixa?
Já fazia tempo que
era preciso dar uma renovada nos titulos da DC. Sim, ainda deixa, com alguns
bons títulos da DC YOU. Mas
não consigo comparar com as series que listei antes como Crise de Identidade,
Crise Infinita e 52. Essas foram boas demais. Alto nível de criatividade.
Hoje
em dia, as constantes reclamações sem sentido de muitos leitores e os fóruns
acabaram minando um pouco essa criatividade
Parece
que qualquer notícia que é postada
Já
começam a reclamar sem nem saber direito do que se trata
É
exatamente isso, para manter a pose de "intelectual exigente" nos
comentários.
Como se fosse o mais inabalável crítico de arte, com
50
anos de carreira. Agradeço imensamente sua listagem, os que tão
chegando
agora --e até eu-- vão fazer referência dela para ampliar
os
horizontes.
Espero ter
contribuído um pouco. E também quero dizer que não sou o dono da verdade. E
minhas opiniões podem mudar com o passar do tempo.
Obrigado pelo seu tempo também, foi uma conversa de uma boa duração,
acho que poucos devem ter lido até essa parte aqui. Minhas observações são
estritamente atuais, algo que tenho visto nos dias de hoje. As de todos nós. Ozy,
agradeço de coração seu contato. E espero que nossas boas conversas não fiquem
por aqui. Gostaria de trocar mais ideias com vocês. Em outras oportunidades.
Não
ficarão, pretendo até formar um grupo no hangouts aqui da gente. (E foi
assim que surgiu o grupo “Zona Negativa no hangouts, antes mesmo do Zona
Negativa do Disqus).
Legal.
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