O segundo livro de Alan Moore sai esse ano! E pelo visto não haverá adiamentos! "Jerusalém" realmente será lançado em um volume único de 1184 páginas dia 13 de setembro. Como o próprio autor faz questão de dizer, a quantidade de palavras superará a própria Bíblia, Ilíada+Odisseia, Guerra e Paz, Guerra dos Tronos e Senhor dos Anéis...
O seu primeiro e até o momento último livro lançado, "A Voz do Fogo", era um passeio bem experimental pelo território onde o escritor nasceu, narrando várias estorias sinistras e nojentas em períodos de tempo diferentes com as influências de um período sobre os outros; desde os neanderthais até chegar nos dias de hoje. Pela resenha que o próprio Sr. Moore escreveu, pareceu pra mim que Jerusalém será uma versão super sayajin da Voz do Fogo. Confira abaixo, a tradução foi feita pela página da rede Facebook "Alan Moore BR".
"Num espaço de pouco mais de um quilômetro quadrado de decadência e demolição daquilo que uma vez foi a capital da Inglaterra Saxônica, a eternidade se arrasta por entre blocos de edifícios que, se inflamados, são como uma sentença de morte. Cravado no amarelo-sujo da narrativa do distrito, entre seus santos, reis, prostitutas e derelitos, uma espécie distinta de temporalidade humana se processa, uma simultaneidade adulterada que não diferencia entre as poças coloridas por manchas de óleo e os sonhos despedaçados daqueles que por elas navegam. Espíritos malignos, mencionados pela última vez no Livro de Tobias, esperam em escadarias fétidas de urina, os espectros delinquentes de crianças desafortunadas minam um século com túneis e, nos salões acima, os trabalhadores com sangue de ouro resumem o destino a um torneio de sinuca.
Alamedas que desapareceram produzem suas próprias vozes, feitas de palavras perdidas e de dialetos esquecidos, para falar de suas lendas corrompidas e contar sua genealogia surpreendente, histórias de família, de escândalo, loucura e maravilha. Há uma conversa que se passa na Catedral de Saint Paul, no domo atingido pelo relâmpago, um nascimento nos paralelepípedos da rua Lambeth Walk, um ex-casal sentado a noite inteira nos degraus gelados da entrada de uma igreja gótica, e um bebezinho que passa onze capítulos engasgando com uma pastilha para tosse. Uma exposição de arte está sendo preparada, e acima do mundo um velho nu e um lindo bebê morto correm ao longo do Sótão do Sopro rumo à ardorosa morte do universo.
Uma mitologia opulenta para aqueles sem um penico para urinar, pelas labirintescas ruas e páginas de Jerusalém caminham fantasmas que cantam versos de riqueza e pobreza; da África, e hinos, e nosso milênio maltrapilho. Eles discutem o Inglês como uma língua visionária de John Bunyam a James Joyce, discursam a ilusão da mortalidade pós-einsteiniana, e insistem que a favela mais cruel é a cidade sagrada e eterna de Blake. Feroz em imaginação e entorpecente em abrangência, esta é uma história de tudo contada de uma sarjeta que não existe mais."
Alamedas que desapareceram produzem suas próprias vozes, feitas de palavras perdidas e de dialetos esquecidos, para falar de suas lendas corrompidas e contar sua genealogia surpreendente, histórias de família, de escândalo, loucura e maravilha. Há uma conversa que se passa na Catedral de Saint Paul, no domo atingido pelo relâmpago, um nascimento nos paralelepípedos da rua Lambeth Walk, um ex-casal sentado a noite inteira nos degraus gelados da entrada de uma igreja gótica, e um bebezinho que passa onze capítulos engasgando com uma pastilha para tosse. Uma exposição de arte está sendo preparada, e acima do mundo um velho nu e um lindo bebê morto correm ao longo do Sótão do Sopro rumo à ardorosa morte do universo.
Uma mitologia opulenta para aqueles sem um penico para urinar, pelas labirintescas ruas e páginas de Jerusalém caminham fantasmas que cantam versos de riqueza e pobreza; da África, e hinos, e nosso milênio maltrapilho. Eles discutem o Inglês como uma língua visionária de John Bunyam a James Joyce, discursam a ilusão da mortalidade pós-einsteiniana, e insistem que a favela mais cruel é a cidade sagrada e eterna de Blake. Feroz em imaginação e entorpecente em abrangência, esta é uma história de tudo contada de uma sarjeta que não existe mais."
É... só o Alan Moore mesmo pra escrever "lindo bebê morto" tudo junto. Enfim... e pensar que aquele capítulo do Dr. Manhattan em Marte que misturava os períodos de tempo na narrativa era maior viagem. O doido tava é só começando!
No Brasil será publicado pela Cia. das Letras. Se for apressadinho você já pode fazer pré-venda pela Amazon, clicando no link a seguir: http://www.amazon.com/Jerusalem-Alan-Moore/dp/1631491342
Vale lembrar que há pouco tempo fizemos um post resenhando brevemente grande parte da obra do autor. Link a seguir: http://ozymandiasrealista.blogspot.com.br/2016/01/analise-colecao-alan-moore.html
1 Comentários
Não vejo a hora de sair.
ResponderExcluirVai ser lindo ler uma das últimas obras do mestre.