“Não tenho na minha árvore genealógica, nem artistas ou escritores que eu conheça. Eu fui um tipo de mutante na família.”
Carl Barks mal concluiu o primário no Oregon, onde nasceu. Cursou desenho por correspondência e publicou cartuns em jornais e revistas, até ser contratado pelos estúdios Disney pra trabalhar nos desenhos animados do Pato Donald. Na época tinha uma boa experiência profissional: foi lenhador, ferroviário, ajudante de tipógrafo etc. Quando os EUA entraram na 2º Guerra Mundial, Barks pediu demissão e resolveu criar galinhas. Mas o negócio gorou e ele passou a produzir HQS dos patos pra editora Publishing & Printing. Trabalhou até 1973, mas não recebeu crédito. Seu inconfundível estilo angariou milhões de admiradores. Nos anos 70, já aposentado, foi autorizado pela Disney Company a pintar quadros dos patos. Os primeiros vendidos por US$ 150. Hoje, essas obras-primas são disputadas nos principais leilões norte-americanos.
Ao contrário do que muita gente imagina, o antipático Scrooge, figura central do livro Um Conto de Natal, de Charles Dickens, não foi a única fonte inspiradora pra moldar o Tio Patinhas. O quadrinista também se baseou em pessoas reais, como Gould, Harriman e Rockefeller, milionários que construíram seus impérios com o próprio esforço. Outra referência confessa de Barks foi Uncle Bim, o incorrigível ajuntador de dinheiro da série The Gumps, tira cômica assinada por Sydney Smith que veiculou nos jornais Ianques de 1917 a 1957.
A Primeira Aparição:
"Eu sempre vi os patos como caricaturas de seres humanos"
O Escocês quaquilionário fez sua estreia nos Estados Unidos em Dezembro de 1947, no gibi de seu sobrinho Donald. O velho pão-duro deveria ser apenas um personagem secundário em uma história natalina. Mas sua insuperável paixão pelo dinheiro e sua vocação pra aventura caíram no gosto dos leitores. O pato mais rico do mundo ganhou espaço até conquistar sua própria revista e superar, em vendagens e popularidade, os maiores sucessos disneyanos. Por aqui, o Tio Patinhas foi apresentado ao público no número um de O Pato Donald, lançado pela Editora Abril em 1950.
Todo herói que se preza tem inimigos à altura. Conforme o Tio Patinhas foi ganhando o status de protagonista, seu idealizador deu vida a inesquecíveis vilões. A quadrilha dos Metralhas surgiu em Novembro de 1951; a feiticeira Maga Patalójika e o Magnata Patacônico, em Dezembro de 1961. Esse último, o mais constante rival do Tio Patinhas no mundo das finanças, embora criado por Barks, marcou presença em apenas uma história curta até ser descoberto pelos argumentistas Disney brasileiros e italianos. Carl Barks preferia confrontar o velho pão-duro com outro unha-de-fome, o sul-africano Mac Mônei, que estreou em Setembro de 1956.
Curiosidade:
Depois de pesquisar minunciosamente a obra de seu mentor
Carl Barks, o quadrinista Keno Don Rosa revelou que o Tio Patinhas ganhou a
moeda Número Um no dia em que completou dez anos, em 1877. O centavo de dólar
foi o pagamento que o garotinho recebeu por engraxar um par de botas
enlameadas. Nem se quisesse, o pequeno Patinhas poderia gastar a moeda, pois o cent de dólar não valia coisa alguma lá em Glascow, a capital da Escócia.
"Sempre haverá um novo arco-íris" [Tio Patinhas]
Fonte: Tio Patinhas Especial-Nº:15
Editora: Abril Jovem
"Duck Tales-Os Caçadores de Aventuras foi produzido entre 1987 e 1990, e inspirado nas séries de quadrinhos da Disney, produzidas, na sua maior parte, por Carl Barks e Romano Scarpa."
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