Poema que fiz há cerca de quatro anos, e encontrei hoje em um caderno caindo aos pedaços:
Aqui escrevo eu,
O diabo pessoal embriagado
De lucidez, para traçar
Linhas que paras os mais sensíveis
Serão sem sentido.
Tal como tempo depois
Essas mesmas linhas estarão sujeitas
A serem moldados por outros escritores
Mas não admitidas como são:
Linhas desprezadas e solitárias
Assim como a madrugada de hoje será
E a razão que só atua em nosso sono.
Eu poderia mencionar o quanto a natureza
Parece carecer de sócios
Os artigos, de palavras assimiláveis
E nossa infância, de liberdade.
Eu, diabo como sou
Declaro que se tu es adulto,
Já sabe que essa é condição que estamos aptos a
Violentar nossos próprios sonhos
Para realizar desejos
Um baile de máscaras...
Eis onde estamos como adultos
Cada rosto...
Cada rosto...
Só mais um código de interpretação individual
Ansiando frases e gestos que acrescentem
Alguma luminosidade
A tal insolente, vil, e traiçoeiro
Microrganismo que somos enquanto lutamos
Para fazer parte de algum sistema.
Agora somos adultos
Vivendo linhas sem sentido
E não mais crianças que apenas seguiam
Uma meta para o que os era agradável
Uma vontade ambiciosa e cínica
Que não se admite
Como volumosos frustrados.
Evitei sempre expor algum dos poemas do maldito caderno, por esse ser um antigo eu, uma versão fracote de 18 anos já chegando em um beco sem saída. Mas existem dias em que é preciso tirar algum pequeno peso do baú, ou ele termina de te afundar.
Força e honra.
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