Autor: Estevão
Romane
Gênero: Romance /
Autobiográfico
País de Origem:
Brazil Yes He think is american
Editora: Geração
Editorial
N° de Páginas: 194
Ano de Publicação:
2010
Onde comprar eu
ainda não tenho para download: http://www.saraiva.com.br/eu-amei-victoria-blue-3065451.html
Eu tenho 21 anos, já
me apaixonei por uma prostituta e sempre quis escrever um livro (não sobre
isso, claro). Estevão Romane, o autor dessa obra, tinha 22 anos, também se
apaixonou por uma profissional do sexo e conseguiu escrever seu primeiro livro,
esse romance autobiográfico intitulado pretensamente como “Eu Amei Victoria
Blue”, título que me chamou atenção o suficiente para que eu o seleciona-se em
meio a uma pilha de livros largados para liquidação, tal qual peças obsoletas
largadas em uma feira, sim, eu sei, esse é um modo muito pessoal e longo para
se iniciar uma “crítica”, o que de fato nunca fui impessoal o bastante para
executar.
Apesar de sua
disfarçada ambição de ser um “Bukowsky do
século XXI” ao se pintar como o “aventureiro, cínico que acha graça da
desgraça e que leva tantas mulheres para cama quanto James Bond famoso
transão”, o livro consegue ficar entre o médio e o interessante, nossa
atenção é presa pelo que o material se propõe na capa, o típico enredo que
sabemos o final, entretanto temos curiosidade semelhante quando em uma roda de
amigos alguém se arrisca a narrar algumas experiências amorosas e sexuais, é
sempre uma combinação entre conforto e inveja pelas proezas e falhas do
contador.
Victoria Blue na minha imaginação-- |
Embora em certos
momentos da narrativa seja difícil ter empatia com um sujeito que de maneira
caricata seria “um riquinho sustentado pelos pais vivendo entre a Faculdade ócio
e o sexo casual assim ele diz em Nova York”, fato que é um tanto
encoberto pela protagonista Fernanda, que com seus truques e surtos é de fato
quem trás a complexidade do conto, mostrando de forma crua e objetiva, o lado
obscuro e frustrado do feminino na nossa sociedade. Fascinante por ter uma
identidade dentro de outra identidade, ilógica e enlouquecedora, Fernanda é a “cara”
do que muitos homens jovens e inexperientes temem encontrar em sua utópica “busca
pelo par perfeito”.
Pornográfico,
questionador comedido, com coadjuvantes inertes (tal qual muitas vezes é na
nossa “vida real”), descrições exaltadas sobre a “cidade que nunca dorme”,
Diego (nome que o escritor usou para se retratar dentro do romance) em dado
momento disse a Fernanda que um dia escreveria um livro sobre o envolvimento
deles, prometeu que certo dia ela entraria em uma livraria e se acharia entre
as prateleiras. Sorte a minha, ter entrado sem querer no meio dessa história e
ter lido um livro até o final de um dia para o outro.
"Eu sigo na chuva, de mão no bolso, e sorrio" |
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