Roteiro: Scott Snyder
Desenhos: Greg Capullo
Capas: Greg Capullo, Rafael
Albuquerque...
Tradução: Cruzado de Capa, com Sniper na
Diagramação – DARKSEID CLUB
O mundo dos quadrinhos é permeado por muitas
provocações, pensem os leitores que só eles zombam dos roteiristas, ao meu ver,
algumas decisões em títulos que eu vejo me parecem “o abismo contemplando de
volta”, não entendeu? Explico: Scott Snyder apesar de polêmicas fez ótimas
histórias na mensal do Batman. Ele fez, doi para alguns dizer, mas ele fez,
trabalhou em mudanças, mas sempre calcado
no que poderia ser chamado de “essência do Batman nos quadrinhos”, algo como
obras como Ano Um, Cavaleiro das Trevas, Asilo Arkham, Piada Mortal...
Uniu essas referências ao estilo do Sr. Nolan conduzir a trilogia do Batman, emulou um pouco do
estilo dos games Arkham e fez mensalmente esse título, o carro chefe dos Novos 52. O coro uníssono foi que Scott “fez um trabalho regular no primeiro arco (Corte das Corujas) do título e depois desandou”, apesar disso ser contestado pelo
título do Snyder estar sempre nos 10 mais vendidos durantes anos, de ser sempre
discutido, Snyder tal qual o outro conhecido visionário Snyder, virou motivo de
chacota. É nesse contexto que entra essa nova fase do Batman, não consigo ver
como algo além de uma provocação do tipo “não diziam que minhas histórias eram
ruins, vou mostrar o que é ruim de verdade”.
O enredo mais parece algo de desenho animado
japonês, com direito a lutas entre robôs e “monstros” que destroem a cidade, e
a empolgação que outrora passava como as melhores mensais proporcionam, agora
deu espaço para “vou dar uma olhada para ver onde vai dar”. Fica mais a
sensação ao leitor de isso ser um arco qualquer para os envolvidos “relaxarem”
após o épico End Game, ou melhor,
para Snyder relaxar, já que Capullo mantém a competência e pontualidade com seus
traços. A trama não dá para ser levada a sério: Batman “morre” no confronto com
o Coringa Morte do Super-Homem? É você? e logo é “desenvolvido” um
Batman para ocupar seu lugar, só que controlado pelo Comissário Gordon, que na
real não controla nada, só faz com que um simbolo como o do morcego que
trabalhava contra o sistema, passe a ser uma ferramenta dele. Batman pode não
ser um “V”, mas nunca foi um personagem a serviço do Estado como um
Capitão-América por exemplo. Mas agora o “simbolo” é isso, e ele vai ter que
enfrentar uma nova geração de super-vilões com poderes porque cheiram
florzinhas, ou seja: de vigilante solitário á super-herói federal que luta
contra metahumanos...
A preocupação de ser fazer uma história que
mostre o capuz como algo além de Bruce Wayne é contrariada logo no começo do
enredo, quando é mostrado que o próprio ainda está vivo, porém com outra identidade,
disfraçado de Paulo Guina literalmente falando, ao que tudo indica, ele
não lembra de ser o Batman, é apenas um cara normal. Snyder disse que esse arco
seria uma “carta de amor a Bruce Wayne” se o objetivo era esse, não seria necessário tudo isso de “BatCoelho”? Ou seria o impulso de marketing gratuito “falem
mal ou bem de mim, mas apenas falem”? Sempre fui um defensor desse título,
tanto que para mim, ele era a melhor mensal dos últimos anos, defendo e gosto
de “Morte da Família”, achei “Ano Zero” sensacional, achei “End Game” brilhante,
porém há limites racionais para a defesa de certos materiais.
Nota: 5.4
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