Aí talvez você seja um cara putão
como eu e fique abismado com os “memes” que fazem sucesso na internet. Ai do
nada, você tem que lidar com mais de trezentas pessoas por dia pessoalmente, e
logo vai ter que ficar vendo essas piadinhas. Você vê os caras falando “Ai que
delícia isso...”, “Meça suas palavras paça”, ou “Infância foi foda” ou até
mesmo como título diz “Tuts, Tuts, Tuts”.
Ai que chega aquela hora que o cara por curiosidade vai digitar alguma dessas
palavras... Puta merda.
Mas o engraçado é ver a reação do “coletivo”
perante os viriais que atravessam a rede e vem até o mundo real. É engraçado
ver pessoas, por exemplo, criticando um “meme” (como eu chamo esses caras?
Mitos da Internet? Mais apropriado, não?) como o “Rei do Camarote”, um pobre
diabo que foi escorraçado, enquanto uma porrada de funkeiros ou jogadores de
futebol fazem vezes mais que ele, e são elogiados... Mas estou divagando. O
objetivo é tentar entender como funciona o “efeito Tuts Tuts Tuts” na internet.
Aquele viral que parece pronto para ser viral, só não de uma maneira lógica. O
viral em essência é algo estupido, que por tal razão, é passado adiante para
que as pessoas vejam o quão estupido ele é. Algo tão ridículo, que você ignora
e passa adiante, e quando se dá conta, aquilo faz parte de uma cadeia comentada
de fazer inveja a vários diretores de marketings.
É quando ocorre o efeito reverso: Você passa a pesquisar sobre aquilo, ou falar
ou pensar sobre aquilo, porque existe uma quantidade substancial de pessoas
comentando sobre aquilo nos seus meios sociais, nos vídeos que assiste na
internet, sua timeline em redes
sociais e principalmente televisão. Do que se advém tudo isso? Eu não sou
teórico social, só tenho dois palpites para tentar explicar: o ócio e a necessidade de sensação de
empatia com as outras pessoas. Quando não se há nada muito legal a se fazer
com o tempo, ou mesmo quando ele sobra, é preciso buscar algo que o preencha, e
qual melhor forma do que se integrando em algo que aparentemente todos se
integram? Essa combinação de sentimentos é o combustível para as pautas do
momento. Por isso, que Jailson Mendes
faz um filme pornográfico, e quando se dá menos conta é uma piada na internet
conhecida até por crianças. Que algum otário mete a cabeça numa piscina e isso
é reprisado como se fosse a descoberta de outra dimensão para a humanidade. Por
isso, que um asiático faz uma eletrônica, e logo até existe versão “Br” com o
refrão “Vou botar para lascar”.
Ao mesmo tempo em que nosso mundo se
parece mais interligado, vem um efeito que eu não vejo muitos comentando. Que
por tal aleatoriedade e necessidade de sempre haver um para preencher o espaço
de piada do momento, que pela mínima coisa que possamos fazer e ser filmados,
ou mesmo dizer em um comentário pela internet, pode ser a “bola da vez”. Eu sei
reconhecer que isso não é um fato que preocupe quase ninguém, visto o que se
tornou o Facebook e o Instagram. As pessoas querem cada vez
mais ser conhecidas, não apenas pelo que fazem ou são, mas com detalhes mínimos
para que saibam o que tem, fazem, pensam, dizem, vestem, comem e outros. Com
uma eficácia para que todos conheçam todos como se fosse seus melhores de
infância. Isso sendo otimista, porque o foco principal é criar um personagem
que cada um acredita ser. Eu não sou um ser blindado a tudo isso, nem mesmo
isento de tudo, só tento entender isso. Bastante ênfase no verbo “tentar”. Isso
é só uma introdução para futuros posts, quem puder sugerir algo nos
comentários, eu agradeço.
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