Gabriel Marx em
definitivo era o melhor aluno de sua sala durante o 2° ano do ensino médio.
Suas notas eram as melhores, e a cada prova aplicada, seus colegas se
estapeavam pela chance de sentar perto dele para tentar plagiar suas respostas.
Havia na sala também, o oposto de Marx: FF. Tal aluno passava semanas sem ir
para as aulas, dormia nas explicações, se interessava mais na merenda do
intervalo, bem como a oportunidade de jogar xadrez.
Por uma das ironias
do destino, eis que em uma roda de conversa, a qual Marx de maneira tímida
tentava contribuir o mínimo, surge em sua frente FF.
-- Como vai essa
força, Gabriel? – Interrogou já com um sorriso no rosto FF.
-- Estou bem, vou
ter que sair daqui a pouco para estudar.
-- Estudar mais? Já
não estudou bastante?
-- Ainda não, se eu
estudar menos vou tirar 9.
-- Então, Marx,
você é um cara bem competitivo...
-- Eu não sou não.
Meu pai me ensinou que é errado competir.
-- Oh! É errado
competir?
-- Isso mesmo.
-- É só não ir
estudar para tirar o 10.
-- Mas eu quero
tirar o 10.
-- Então está
competindo. Olha, Marx, geralmente eu fico calado aqui porque não tenho
paciência de ficar fingindo e dando respostas educadas. Sua vida é uma competição
desde do nascimento, mas isso já é algo clichê de se dizer. Daí para entrar
aqui, o Sr teve que competir indiretamente com vários para crescer até essa
idade, conseguir uma casa, entrar nesse colégio, tirar as melhores notas, vai
ter que vencer vários para ter um emprego, ir para a faculdade, vai ter que
vencer outros homens para ter uma namorada. Então, não venha com um rosto de
bom moço dizer que não gosta de competir.
-- Eu vou estudar.
-- Pode ir.
0 Comentários