Vaguear entre o ócio e a obsessão, parece ser
o destino dos reis, parecia ser esse o fim de Kal-El, se não fosse envolvido em uma conspiração que colocam os
deuses do Olimpo contra ele. O que começou como um conflito ideológico a
respeito dos limites em se punir o mal, acabou se tornando uma maneira
mutualmente egoísta de se derrotar um adversário, embora nesse ano, Kal-El ao
seu modo, ainda mostre-se mais razoável e um tanto arrependido, enquanto
Batman, disfere golpes imorais abaixo da cintura: buscar uma tirania mais
poderosa para derrubar outra. Bem vindo, Isso é Injustiça Ano IV até agora.
Entre batalhas que mais se adiam do que se
concluem, o leitor vai tentando ver uma costura de roteiros que justifique o
despropósito que virou Ano 3 nas mãos de Bucellato, roteirista ainda presente,
porém mais conciso, apesar de algumas excentricidades. Um desses fatores é o
despertar prematuro de Super-Homem e da Mulher-Maravilha, além de algumas
permanências de personagens que não muito acrescentam, como a filha de Trigona
qual nem mais lembro o nome, ou Arlequina, alguém que pela lógica, deveria
ser inimiga de Batman, mas parece não incomodar nem um pouco a ele, desenvolvendo
um raciocínio do Super-Homem ser um vilão bem pior que o Coringa para muitos da
resistência...
Urban Reigh (Ps2) |
É interessante a visão do Super-Homem: dadas suas
escolhas, não há mais amigos que o “mantenham com os pés no chão”, incluindo
seus próprios pais devido ao assassinato frio do Arqueiro Verde no Ano 1. O
homem de aço é ora cruel, ora confuso, capaz de compadecer a dor de um inimigo,
porém não mais tolerante em ser humilhado ou diminuído, ou mesmo render-se da
paz que conquistou através de várias guerras. Nem mesmo o mais audaz iria pensar que um
terrorismo do Coringa contra “um deus se passando por um homem” iria tão longe.
Se acha que tá apanhando muito dela agora, imagine só viver o suficiente para Reino do Amanhã... |
Em paralelo nesse ano, Batman é sorrateiro,
mentiroso, em um caminho sem saída, incapaz
de se compadecer de um inimigo, e muito menos cogitar a possiblidade de que em
algum momento “Os fins não justificam os
meios”, por mais que ele demonstre ter certo “autocontrole”, a máxima usada
por ele e Luthor de “Tempos
desesperados” é a engrenagem que inicia essa quarta tentativa de destronar
Kal-El.
Turn that for What? |
Em meio a isso tudo, eu me questiono se de
fato trata-se de fazer justiça, e me contento em ver Kal-El cumprir tarefas hercúleas,
digna de poucos, mesmo que você o ache um “fascista”, é algo notável. É a típica
história do guerreiro que enfrenta o mundo inteiro até finalmente cair por
alguma traição. Embora, como eu disse no primeiro Mega Post em Injustiça, a
história pude-se ser melhor desenvolvida. Seria interessante ver Kal-El
reconstruir Metrópoles com as próprias mãos, ter diálogos prolongados com os
pais, uma partida de xadrez com o Wayne (um amigo meu, disse que escreveu 30
páginas de uma fanfic com isso, para que um dia eu desenha-se, só que ainda não
me enviou). Falta ousadia mesmo. Questionamentos maiores. Personagens como Aquaman
e Caçador de Marte (que deveria estar vivo) inseridos como peças principais da
trama. Além de faltar em Batman o ativismo político que ele teve em Ano 1 e 2,
a ponto de tramar manobras junto ao Presidente. onde esse cara ta, a propósito?
Flecha de Kriptonita não vai te salvar contra esse. |
É interessante mencionar a falta de
desenvolvimento real dos deuses no enredo, algo que não dá para encobrir apenas
com “é um material mensal, ele não pode se estender muito”, tudo fica com um “ar”
de “Não estamos fazendo nada, vamos ali na Terra arranjar uma treta”. Embora
compense com a figura de Hércules que não deixa a dever no quesito força e
resistência a sua versão da mitologia. Diferente de God of War onde ele luta
por invejinha e com um bocado de soldadinhos lhe protegendo.
Em uma análise mais simples, Injustice seria
o seriado para repor toda a “massaveísse” que Dragon Ball Z proporcionou: Lutas
grandiosas, mas história descaradamente prolongada.
Afinal, não há conflito relacionado ao
significado do homem frente á um deus como em Cavaleiro das Trevas, não há o peso real de Kal-El sobre suas ações
para mudar o Status do mundo como em Paz
na Terra, é só mais um quadrinho bom em prender a atenção, mas cheio de
momentos vagos quando lido com calma. Uma leitura que já foi melhor, mas que
pretendo continuar até o temido Ano 5, seja lá quem escreva.
Ou talvez eu devesse ter escrito uma análise
falando que Injustice é a forma de mostrar a desconstrução do mito dos super-heróis
da DC serem deuses e agora a restauração desse mito em derrotar deuses
mitológicos. Algo como Teseu confrontando o Minotauro e saindo do Labirinto
através do cordão, que segundo Junito Brandão pode ser uma metáfora para um novo nascimento, o Labirinto como
um útero e o cordão umbilical sendo o barbante dado por Ariadne...
"O que há entre mim e eles? Oh eu, Oh vida?" |
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1 Comentários
Olá... Muito obrigado pelo pack. É muito cômodo baixar as edições agrupadas. Pena que as pessoas lembrem-se apenas de baixar e quase de agradecer... Eu sei... Também tenho um blog de HQs. Mais uma vez obrigado! Aproveitando o ensejo, visite o meu blog: http://hqsclassic.blogspot.com.br/
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