JUSTICEIRO MATA O UNIVERSO MARVEL




Garth Ennis é um gênio no que faz. E como diz o Logan “O que faz não é bonito.” É um escritor, que como Tarantino, consegue ser violento, filosófico e engraçado como os grandes mestres do humor negro. Quem lê de primeira uma história do Ennis, acha que ele é só um maníaco que procura razões para propagar a agressão física e verbal nos seus trabalhos. Até hoje eu fico em dúvida sobre qual o melhor personagem nos roteiros dele: John Constantine ou Frank Castle. Vou falar de uma obra rápida (e talvez a mais fraca, mas ainda assim regular) sobre Frank Castle que ele fez. Em menos de 50 páginas, Ennis vai te convencer de (ou não) de como o Justiceiro poderia exterminar o universo Marvel.
Uma das características maiores do Ennis é detestar super-heróis, não só isso, como sempre que puder, zombar de fraquezas ou motivações deles, eu não crítico isso, já que ele geralmente faz de maneira inteligente como “A Pró” ou “The Boys”, arrancando risos e questionamentos até do maior fã da Marvel ou DC. Ennis é do tipo que não tolera o excesso de fantasia e inocência nas histórias, ele sempre gostou de escrever para demolir, não simplesmente entreter com coisas bonitas. Só que uma coisa que observei bastante nele, é que para um cara que odeia tanto HQs de Super-Heroís, ele parece conhecer bastante, a exemplo de Preacher que termina com uma luta estilo Cavaleiro das Trevas, ou mesmo esse breve conto do Justiceiro que dá título ao texto, onde inicia-se a narrativa com ele utilizando a licença poética de fazer Frank Castle entrar no meio da história “Demolidor – O Homem Sem Medo” para defender o pequeno Matt Murdock. É aqui que o genocídio inicia como boas histórias onde tudo se termina onde começou...


Frank está se dirigindo ao Central Park, onde estaria ocorrendo um confronto caricato dos X-Men / Vingadores contra os Skulls (Ennis quase adivinhando, já que a batalha final da Megasaga Invasão Secreta é semelhante a isso). No fogo cruzado, a família dele é assassinada, enquanto “tenta” escutar desculpas de Ciclope, Frank toma uma arma de fogo e executa vários X-Men e Vingadores, de maneira simples, como que o Ennis dizendo para o leitor médio de HQs “Dizem que seus supers são tão vulneráveis e críveis, mas no entanto ninguém tem coragem de fazer um  roteiro em que eles levem balas e morram”. Condenado a perpétua sobre esse ato, Frank reencontra Matt Murdock, que vem defendê-lo, formando o reencontro dos adversários já adultos, mas ainda firmados no mesmo pensamento sobre guerra de quando eram crianças.


Só que ao invés de ir para a prisão, Castle é resgatado por uma elite amargurada por terem sido vítimas de batalhas de superseres, dispostos a financiar Castle para que ele extermine todos: Nasce assim o Justiceiro desse de mais um universo “E se...?”. É lógico que vista em comparação com o material do selo Max, esse quadrinho é um lixo classe A, porém visto como exercício de imaginação, é até interessante, apesar de em alguns momentos o Justiceiro parecer ter colocado “Cheats” de “Vida Infinita”, “Inimigos caindo em truques tolos” (como os X-Men ou o Capitão-América) ou “Tirar as estrelas para não ser metralhado pela polícia”, mas vejo essa história pelo seu pequeno valor devido a maneira como ele trabalhou o Justiceiro e o Demolidor, quem não se empolga com as lutas deles, quando bem feitas e nostálgicas?


Nota: 3.0  




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