MEGA POST: Capitão América Vol.4 - Resenha e Download



Capitão América #1-6, com roteiro de John Ney Rieber e desenhos de John Cassaday.

“Terror é o ódio cego”.

Consequência direta dos ataques do 11 de setembro de 2002, a Marvel transfere o Capitão América para o selo Marvel Knights e o coloca na linha de frente de combate ao terrorismo. Uma pequena cidade americana, Centerville, é alvo do terrorista Al Tariq, cujo plano é atrair o Sentinela da Liberdade, que por fim, descobre que seu destino final é na Alemanha.

Aqui vemos Steve Rogers muito mais reflexivo, ponderando sobre seu próprio status como patriota que sempre foi. Um herói que questiona (acredito que aqui foi lançado uma pequena base para o que seria o Capitão América em Guerra Civil, mas isso é outra história), que procura entender o significado das coisas e não apenas um soldado que obedece cegamente. Ao lidar com os atentados em Nova York, Steve incentiva o cidadão comum a não se vingarem, mas dizendo que eles precisam ser melhores, ou o inimigo terá vencido. Interessante também a maneira como o escritor retratou o verdadeiro vilão por trás dos ataques de Al Tariq. Os desenhos de John Cassaday estão no seu auge, assim como estavam em Surpreendentes X-Men, enfatizando os detalhes. Leitura imperdível.

Esse arco também foi lançado na Coleção Graphic Novels #27 pela Editora Salvat.

Capitão América #7-11, com roteiro de John Ney Rieber e desenhos de Trevor Hairsine e Jae Lee.


“A guerra é diferente agora, os lados são menos reconhecíveis”.

Quatro meses após os eventos traumáticos em Centerville e a revelação de sua identidade secreta, Steve mudou-se para o Brooklyn e tenta tocar sua vida sem as amarras da SHIELD, de quem passou a ter fortes desconfianças. Porém, Nick Fury pede sua ajuda para investigar a morte de um de seus agentes e velho amigo do Capitão América, Inali Redpath.

Inali é um nativo e entende que a América deve ser “devolvida” a seus verdadeiros donos, os nativos que ali viviam antes da colonização. Um visão deturpada? Ou um defensor de seu povo que merece atenção? Você decide. De qualquer forma, conforme a frase no começo do post diz, os lados inimigos podem ser difíceis de se reconhecer dependendo das motivações. Uma pena que a arte não manteve o mesmo desenhista, ainda mais artistas com traços tão diferentes quanto Hairsine e Lee. Ótima leitura.



Capitão América #12-16, com roteiro de Chuck Austen e desenhos de Jae Lee.


“Como se explica um conceito?”

A grande questão permanece – será que os militares deixaram Steve congelado de propósito, receosos de que ele seria contra os ataques nucleares à Hiroshima e Nagasaki? Ao receber misteriosamente algumas filmagens quando Namor o libertou de seu congelamento, Steve conclui que sua hibernação foi obra do governo e não apenas uma missão mal sucedida. Se isso foi verdade, então os Vingadores já sabiam dessa trama? O roteirista Chuck Austen, que substitui o excelente John Ney Rieber, sai da zona de conforto e propõe explorar um dos momentos decisivos na vida do Capitão América. Manipulações, mentiras e conspirações são os temas tratados nesse intrigante arco. Leia se tiver coragem (ou se quiser uma excelente história do Capitão América).









Capitão América #17-20, com roteiro de Dave Gibbons e desenhos de Lee Weeks.


Em 1944, o Capitão América caiu no Oceano Atlântico e ficou em estado de animação suspensa até ser descongelado vinte anos depois. O problema é que ele foi descoberto pelos alemães e levado a uma Nova York dominada pelo nazismo do Caveira Vermelha. 

Uma história no estilo “O Que Aconteceria Se?” onde vemos o Capitão América como o único super-herói (no sentido de ter super poderes) lidando com o nazismo dominando o mundo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Um exercício de criatividade de Dave Gibbons, simplesmente o desenhista de Watchmen. Leitura recomendada para quem aprecia histórias alternativas.











Capitão América #21-28, com roteiro de Robert Morales e desenhos de Chris Bachalo e Eddie Campbell.


O Capitão América é convocado para participar do julgamento do historiador Fernand Hedayat, acusado de traição e terrorismo. Novamente as histórias do Capitão América nessa fase retomam o tema pós-11 de setembro. A trama leva o Sentinela da Liberdade à Cuba onde precisa até mesmo lidar com Fidel Castro.

A história nas primeiras edições mostrava uma situação muito interessante dentro da base militar onde o Capitão estava, mas infelizmente, sofreu uma mudança radical no roteiro e, em minha opinião, acabou se perdendo e, o que poderia ser uma excelente história que poderia até mesmo envolver uma investigação criminal, acabou descambando numa sequência de ação desenfreada e até mesmo uma tentativa de humor mal direcionado. Não recomendo essa leitura.







Capitão América #29-32, com roteiro de Robert Kirkman e desenhos de Scott Eaton.


Arco em quatro partes integrado à saga Vingadores – A Queda. Mark Nolan, um espião traidor, disfarçado de Nick Fury, envia o Capitão América à uma missão de resgate a fim de tomar o liderança da SHIELD. Porém, quando os Vingadores passam pelo pior dia em sua história, o Sentinela da Liberdade não pode deixar de atender o chamado. Apesar disso, o Capitão América ainda precisa lidar com a Sociedade da Serpente. Outro arco que, embora não seja ruim, está bem abaixo do nível e diferente da proposta inicial desse volume 4. Mesmo para quem fizer a leitura de Vingadores – A Queda, essa história do Capitão América pode muito bem passar despercebida.


Por Roger

Nota do Ozymandias: Após buscar esse referido material, pude folhear algumas edições, e a primeira edição já me pareceu o começo de algo maior, arriscaria até em dizer que o ponto de virada em trazer o Capitão-América para o século XXI, como fez Mark Millar com "Os Supremos", mas de uma forma ainda mais presente no nosso "mundo real". Roger como sempre nos trás algumas das melhores -- e infelizmente, às vezes não tão comentadas -- fases da Marvel, enriquecendo o catálogo de quem busca leituras de quadrinhos nesse espaço. Todas as edições estão em um pack aqui abaixo:



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