O cavalo do meu reino



Texto por: Silvio Antônio

Foi com a intenção de estudar, que após a sugestão iniciei a leitura do artigo “Meu reino por um cavalo”, neste mesmo Blog; no entanto descobri que este reino tem três cavalos de batalha nesta partida instrutiva; que são: Cd5,  Cg3 e o Cavalo preferido do Rei Ricardo III.
Como educador que sou, creio que a prática do jogo de xadrez deve ser incentivada como forma de apoio ao desenvolvimento do intelecto; pois o acaso não existe no xadrez; ou seja, por ser movido apenas pelo raciocínio dos dois jogadores, que são os únicos responsáveis pelo resultado.
Também o fato de registrar e posteriormente reproduzir lance a lance, gera uma memória que é uma fonte de aprendizagem; assim, percebo que aprender a jogar xadrez não é tão difícil quanto aparenta; claro que para chegar entre os melhores, assim como em todas as atividades é necessário dedicação e estudo.
E por falar dos melhores, o próprio Bob Fischer; estudava muito e para ocasião de um campeonato em Nova York em 1958; criou uma interessante cilada com a siciliana dragão; que é uma miniatura a qual convido vocês a observarem: 1e4;c5 2Cf3;Cc6  3d4;cxd4 4f3xd4;g6 = abertura Dragão acelerado. 5Cc3;Bg7 6Be3; Cf6 7Bc4; 0-0 8Bb3;Ca5 = a variante principal na qual Bob preparou uma armadilha. 9e5; Ce8? = caiu na armadilha; 10Bxf7+.

·                    Se Torre captura o Bispo = 10 ...;Txf7 11Ce6; dxe6 12Dxd8  vantagem...

·                    Se o Rei captura o Bispo = 10 ...; Rxf7 11Ce6; Rxe6 12De5+; Rf5 13g4+; Rxg4 14Tg1+; Rh5 15Dg2 ...#

·                    Se o Rei captura o Bispo e o peão captura o Cavalo = 11Ce6; dxe6 12Dxd8; ... vantagem

·                    Se o Rei vai para H8 = 10. ...; Rh8 11Ce6; dxe6 12Dxd8; vantagem...

·                    A melhor resposta seria = 9. ...; Cxb3 10exf6; Cxa1 11fxg7; o prejuízo seria menor...

Mas, para esclarecer melhor, podemos ver uma rápida aula sobre este tema no YouTube com o titulo: Armadilha #006 - Siciliana Dragão - Cilada de Bobby Fischer – Ajedrez.






Voltando ao jogo do artigo; é essa a importância de anotar e de estudar o jogo com a reprodução no tabuleiro, pois assim percebemos nossos equívocos e os corrigimos.


Quanto aos cavalos deste artigo são três e bem ativos:

1.            O Cavalo Branco; este bem posicionado e apoia a sua Dama para uma possível troca ficará a frente do peão negro “f” e  pode ter recursos para apoiar a corrida dos peões “a” e “b” a uma promoção.
2.            O Cavalo Preto; em um ataque solitário, busca um empate sua melhor opção com coragem, ousadia e sacrifico.
3.            O Cavalo do Rei Ricardo; que mal aparelhado caiu e fugiu...
Por isso, entendo que o forçar o empate é um ganho das pretas olhando a falta de recursos materiais e provavelmente dos recursos psicológicos; em que as brancas tem vantagem de três peões e uma torre e o fator tempo.
Em minha opinião teria fechado a porta no lance 26; com “f7”; semelhante ao que foi feito no lance 10. ...;c5 e no lance 16. ...; Cd4 ; porém o que envolve o momento psicológico e o motivo da batalha, é o que cria todas as possibilidades e abre varias outras ...


Mas isso só percebe quem estuda e prática com dedicação para corrigir os erros, criando novas oportunidades sobre as quais teremos novos prismas de percepção em outros campos de batalhas e outros objetivos que o futuro traz para o presente como oportunidades de novas conquistas.
Só para lembrar, quanto ao “Meu reino por um cavalo” veremos que William Shakespeare, um dos maiores; para não dizer “o maior” dramaturgo da literatura universal, registrou a dramaticidade que caracterizava a corte britânica; a história inglesa tem tido, ao longo dos séculos, palco de notáveis conquistas com inúmeras traições palacianas e usurpações do trono. A Vida e Morte do Rei Ricardo III, título original completo é o último dos quatro jogos da tetralogia de William Shakespeare sobre a história da Inglaterra. Depois de Hamlet é a mais longa peça de Shakespeare. Toda a tetralogia foi composta no início da carreira de Shakespeare: a data mais provável da escrita é entre 1591 e 1592.



Assim: o rei Ricardo III estava se preparando para a maior batalha de sua vida! Um exército liderado por Henrique, Conde de Richmond, marchava contra o seu. A disputa determinaria o novo monarca da Inglaterra. Na manhã da batalha, Ricardo mandou um cavalariço para verificar se seu cavalo preferido estava pronto. - Ferrem-no logo – disse ao ferreiro. O rei quer seguir em sua montaria à frente dos soldados. - Terás que esperar – respondeu o ferreiro. Há dias que estou ferrando todos os cavalos do exército real e agora preciso ir buscar mais ferraduras. - Não posso esperar! - gritou o cavalariço, impacientando-se. Os inimigos do rei estão avançando neste exato momento e precisamos ir ao seu encontro no campo. Fazes o que puderes agora com o material de que dispões. O ferreiro, então, voltou todos os esforços para aquela empreitada. A partir de uma barra de ferro, providenciou quatro ferraduras. Malhou-as o quanto pôde até dar-lhes formas adequadas. Começou a pregá-las nas patas do cavalo. Mas, depois de colocar as três primeiras, descobriu que faltavam-lhe alguns pregos para a quarta. - Preciso de mais um ou dois pregos - disse ele - e vai levar tempo para confeccioná-los no malho. - Eu disse que não posso esperar! - falou, impacientemente, o cavalariço. Já se ouvem as trombetas! Não podes usar o material que tens? - Posso colocar a ferradura, mas não ficará tão firme quanto as outras. - Ela cairá? - perguntou o cavalariço. - Provavelmente não - retrucou o ferreiro - mas não posso garantir. - Bem, usa os pregos que tens - gritou o cavalariço. E andas logo, senão o Rei Ricardo se zangará com nós dois. Os exércitos se confrontaram e Ricardo participava ativamente, no coração da batalha. Tocava a montaria, cruzando o campo de um lado para outro, instigando os homens e combatendo os inimigos. “Avante! Avante!”, bradava ele, incitando os soldados contra as linhas de Henrique. Lá longe, na retaguarda do campo, avistou alguns de seus homens batendo em retirada. Se os outros os vissem, também iriam fugir da batalha. Então, Ricardo meteu as esporas na montaria e partiu a galope na direção da linha desfeita, conclamando os soldados de volta à luta. Mal cobrira metade da distância quando o cavalo perdeu uma das ferraduras. O animal perdeu o equilíbrio, caiu, e Ricardo foi jogado ao chão. Antes que o rei pudesse agarrar de novo as rédeas, o cavalo assustado levantou-se e saiu em disparada. Ricardo olhou em torno de si. Viu seus homens dando meia volta e fugindo, e os soldados de Henrique fechando o cerco ao redor. Brandiu a espada no ar e gritou: - Um cavalo! Um cavalo! Meu reino por um cavalo! Mas não havia nenhum por perto. Seu exército estava destroçado e os soldados ocupavam-se em salvar a própria pele. Logo depois, as tropas de Henrique dominavam Ricardo, encerrando a batalha. E desde então as pessoas dizem: Por falta de um prego, perdeu-se uma ferradura; Por falta de uma ferradura, perdeu-se um cavalo; Por falta de um cavalo, perdeu-se uma batalha; Por falta de uma batalha, perdeu-se um reino; E tudo isso por falta de um prego na ferradura!!!

Graças a Deus que em nossas batalhas de hoje temos a opção de lutas diferentes do que da época de Ricardo III; porem pensando melhor na violência urbana que vivemos hoje talvez não... mas, isso é material e pensamentos para uma próxima leitura.


Força,
Graça e paz!

Fonte de referencia:






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