Batman Ano Um por Frank Miller -- HQ E ANIMAÇÃO


Além de Superman por John Byrne e Mulher-Maravilha por George Pérez, a DC escalou Frank Miller para cuidar da origem “definitiva” do Cavaleiro das Trevas. O autor já vinha de obras espetaculares como Batman – O Cavaleiro das Trevas Retona e Ronin, ambas pela DC.



A história começa em 4 de janeiro e termina em 3 de dezembro, ilustrando “um ano” literalmente, onde mostrava o começo de uma verdadeira reviravolta em Gotham City.
O então tenente James Gordon foi transferido para a polícia de Gotham, uma cidade dominada pela corrupção policial e política. Gordon parecia ter feito algo em seu passado que o “qualificava” a ser mais um integrante dentro da polícia, que poderia fazer parte dos esquemas.

Enquanto isso, Bruce Wayne, no mesmo dia, retorna à Gotham, decidido a “limpar” a cidade, vingando o assassinato de seus pais, e honrando a morte deles. Wayne procura qual o melhor método para agir, e acaba fracassando em sua primeira tentativa. Já Gordon mostra que não está brincadeira e deixa bem claro que não vai compactuar dos métodos sujos de seus companheiros policiais.

Nesse processo, Gordon se envolve com sua parceira, a sargento Sarah Essen, apanha de seus companheiros que queriam deixar um “recado”, mas revida logo em seguida, investiga a vida de Bruce Wayne por desconfiar que ele pode ser o vigilante vestido de morcego que ataca os bandidos e a escória da cidade, e vê o nascimento der seu primeiro filho quase se tornar um pesadelo quando o bebê é sequestrado.

Bruce começa a combater o crime organizado e desorganizado de Gotham como o vigilante Batman, usando métodos brutais e assustadores, confronta com a SWAT de Gotham num dos momentos mais dramáticos do arco, conhece Selina Kyle bem como sua outra identidade como Mulher-Gato e encontra um aliado na figura de Harvey Dent, bem como em Jim Gordon, depois do final emocionante e de tirar o fôlego nas últimas páginas dessa impressionante história.

A narração da história é bem distribuída entre Gordon e Wayne, e Miller faz uso do mesmo artifício que ele usou magistralmente em Cavaleiro das Trevas Retorna – a mídia.

Além disso, um dos momentos marcantes, está na terceira parte do arco, e é quando James está sentado à beira de sua cama, após discutir com sua esposa ainda grávida. Segurando sua arma, ele começa a questionar suas motivações e seus objetivos na vida e seu futuro e o futuro de sua família. Ao fazer um balanço geral, ele conclui seus pensamentos dizendo: “A peça metálica em minha mão está mais pesada do que nunca...”.
Quando li pela primeira vez, há 28 anos atrás, achei que ele estava pensando em suicídio depois de concluir que não teria condições de nadar contra a corrente da corrupção de Gotham, além de estar traindo sua esposa.
Relendo hoje em dia, acho que ele quis dizer que o fardo de ser (ou pelo menos, tentar ser) um policial honesto em Gotham é quase impossível. Provavelmente há muito mais por trás desse pensamento, afinal estamos falando do mestre Miller.


Os desenhos de David Mazzuchelli que já eram muito bons em Demolidor – Queda de Murdock atingiu seu ápice em Batman – Ano Um. Uma arte impecável, tanto em cenas dramáticas quanto na ação. Uma cena que se encontra na penúltima página da última parte da história, onde mostra Bárbara Gordon com a mão tapando a boca é de uma sensibilidade fenomenal.

Enfim, uma verdadeira obra-prima e uma leitura simplesmente obrigatória. O único aspecto negativo é que, quando você chega ao fim da leitura, quer muito mais.

Por Roger

HQ:

ANIMAÇÃO:

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